Meu Mundo Interior
"Explorando as profundezas da alma."
O Vazio que Canta
No coração do meu ser, um vazio se abre, um espaço sem forma, sem limites, um abismo de silêncio onde a realidade se dissolve e a quietude se torna um mar de emoções. É um espaço que habito há anos, um refúgio onde a solidão se torna um canto suave, um lugar de fuga onde a paz se instala como uma melodia eterna.
Neste vazio, encontro-me comigo mesmo, com as infinitas versões da minha alma que se vão tecendo a cada batida do coração. É um espaço onde posso chorar com a intensidade de um oceano, rir com a alegria de uma criança, ser o mais absurdo e contraditório que possa imaginar, sem medo do julgamento do mundo. É um lugar onde os meus desejos mais ocultos, os meus sonhos mais profundos, encontram um lar, um espaço onde a liberdade se torna sinônimo de ser.
Aprendi a sair deste vazio, a conectar-me com o mundo e a partilhar o meu ser com os outros. Mas como um pássaro que regressa ao seu ninho, muitas vezes volto a ele, deixo-me cair na sua profundidade, respiro o seu silêncio, sinto, choro, reconheço-me. É um lugar onde ninguém pode entrar, um espaço de fuga que preciso para me sentir seguro, para sentir.
É como a parábola do poeta que, na sua busca pela beleza, encontra um jardim secreto. No início, ele o vê como um lugar de inspiração, um escape da realidade. Mas com o tempo, descobre que o jardim é um lugar de criação, de introspecção, onde pode dar forma aos seus versos e encontrar a voz da sua alma.
O meu vazio interior é como esse jardim, um lugar onde posso encontrar a inspiração, onde posso dar forma às minhas emoções, onde posso encontrar a voz da minha alma. É um espaço que me acompanhou em momentos de dor e que agora me ajuda a expressar os meus sentimentos com maior profundidade. Amado vazio, infinito, neutro, fresco… agradeço por ser o lugar que preciso para me sentir seguro, para sentir. Espero que nunca me abandones.
A Dança dos Eus: Uma Sinfonia Interior
Dentro de mim, um universo se agita, um palco onde inúmeros eus se entrelaçam em uma dança incessante. São como notas musicais que se fundem em uma sinfonia complexa, cada uma com sua melodia única, sua vibração singular. As pessoas os chamam de máscaras, mas, na verdade, são eles mesmos, apenas ainda não conseguiram reconhecer e acolher a beleza da sua própria multiplicidade.
É como se cada eu fosse um espelho que reflete um aspecto diferente da alma, um fragmento de um mosaico que, quando completo, revela a imagem total do ser. E qual é a verdadeira essência? É na integração desses eus, na união de suas melodias, que me aproximo do meu ser mais profundo, do meu eu divino.
É como o corpo humano: você sente seus braços, pernas, olhos, mas sabe que não é apenas essas partes, sabe que elas se unem para formar um todo. E assim como o corpo é composto por átomos, por um universo invisível que o sustenta, também somos feitos de inúmeros eus que se entrelaçam, que vibram em conjunto, que formam a sinfonia da nossa alma.
Levei 30 anos para reconhecer e abraçar muitos dos meus eus, e ainda me surpreendo com novos eus que surgem, como flores que desabrocham em um jardim secreto. Mas no centro do meu ser, reside a minha essência, a melodia principal da minha sinfonia, aquela que inclui todos os outros, que me conecta com o universo, que me dá paz, foco, confiança, amor.
É nesse espaço, no centro da minha sinfonia, que me conecto com o fluxo da vida, com o ritmo do universo, com a energia que pulsa em cada átomo, em cada coração. É nesse espaço que encontro a força para seguir em frente, para abraçar a complexidade do meu ser, para celebrar a dança dos meus eus.
Muitas pessoas ainda estão em busca da harmonia interior, lutando contra seus eus, tentando silenciar suas melodias. Eu também lutei, mas hoje, hoje os abraço, os integro, os reconheço e danço com eles a cada momento do dia. É na dança dos meus eus que encontro a minha verdadeira melodia, a sinfonia da minha alma.
A Dança da Luz e da Sombra: Um Canto de Libertação
A sombra, meu fiel escudeiro, dança em perfeita harmonia com a luz que habita meu ser. No dia em que compreendi essa dança, a sombra deixou de ser um monstro atemorizante e se tornou um espelho, um reflexo da minha própria luz. Entendi que a escuridão não era um destino, mas uma consequência, um eco da minha própria luminosidade.
Nesse momento, a sombra deixou de me oprimir e se transformou em um portal. Através dela, pude vislumbrar a luz que sempre esteve dentro de mim, a luz que me permitiu começar a espelhar amor, a emanar a energia que me faz vibrar. Abri mão dos espelhos de dor, que me mostravam apenas o que eu não queria ver, e me voltei para os espelhos do amor, que refletem a beleza da minha alma.
Quanto mais me firmo na minha luz, mais atraio pessoas que também vibram em sintonia com a sua própria luz. É como se o universo, em sua infinita sabedoria, respondesse ao meu chamado, guiando-me para encontros que me alimentam a alma.
No fim das contas, o nosso livre-arbítrio é a chave para a libertação. Somos nós que escolhemos permanecer nas sombras do inferno, presos a crenças limitantes e a padrões de comportamento destrutivos, ou nos permitimos ascender ao céu do nosso coração, um paraíso que reside em nosso interior.
É curioso como durante tanto tempo acreditamos que o paraíso estava lá em cima, nas alturas, e o inferno nas profundezas da terra. Mas a verdade é que o céu e o inferno são estados de consciência, estados que escolhemos e que podemos mudar a qualquer momento.
Lembre-se: se você está passando por um momento de muita escuridão, não se desespere. Significa que a sua luz está se fazendo presente, que você está em um processo de transformação. Confie na sua força interior, no seu poder de cura. A luz que você carrega dentro de si é capaz de iluminar os seus caminhos e conduzi-lo para um novo amanhecer.
O Abraço da Tempestade: Um Canto de Força Interior
Sou como uma árvore que, em meio à fúria da tempestade, mantém suas raízes firmes na terra e suas ramas erguidas, desafiando o vento e a chuva. A tempestade, em sua fúria, me visita com frequência. Traz consigo a solidão, a melancolia, a dor, a saudade, como raios que rasgam o céu da minha alma.
Mas eu aprendi a acolher a tempestade. Não luto contra ela, não me afasto. Permito que me penetre por cada poro da minha pele, que tome conta da minha mente e do meu corpo. Deixo que me sacuda, me balance, me faça tremer.
Em vez de resistir, aprendi a abraçar a tempestade. Acolho a solidão, a melancolia, a dor, a saudade, como se fossem amigos inesperados que vieram me visitar. Dou-lhes um lugar, um espaço seguro para se instalarem. E, lentamente, como a chuva que se esvai, elas se acalmam, se adormecem em meu interior.
Até que, de repente, um novo vendaval surge, e a tempestade volta a me visitar. E eu, novamente, a acolho. Lembro-me de que estou a salvo, de que sou forte, de que posso suportar o vendaval. E, com o tempo, a tempestade se acalma, a chuva se esvai, e a paz volta a reinar em meu ser.
Posso me sustentar de forma saudável, enquanto tantas outras pessoas se agarram a ilusões, buscando refúgio em drogas, trabalho excessivo, viagens, religião, em tantos lugares de escape que se transformam em outras prisões. Mas eu, eu posso me sustentar como uma árvore que mantém suas ramas erguidas em meio à tempestade.
Sou forte. Sou resiliente. Sou capaz de enfrentar qualquer tempestade que a vida me traga. E, no final, a tempestade me deixa mais forte, mais sábio, mais próximo da minha essência.
Sussurros da Noite
A noite se estende como um manto de veludo sobre o mundo, envolvendo tudo em um silêncio profundo. É nesse momento que a alma se revela, despida das máscaras e das ilusões do dia. Sento-me diante da folha em branco, um espelho que reflete a vastidão do meu ser.
O cigarro, um ritual ancestral, acende a chama da introspecção, liberando a fumaça que se mistura com os meus pensamentos, formando uma névoa densa e misteriosa. Em cada tragada, uma prece silenciosa, um pedido de sabedoria e clareza.
A conversa com o Grande Pai e a Grande Mãe se inicia como um murmúrio, um diálogo íntimo que se transforma em um rio de palavras carregadas de emoções. Compartilho minhas angústias, meus sonhos, minhas alegrias e meus medos, como um filho se confia a seus pais.
Nessa intimidade, a verdade se revela, como um raio de luz que atravessa a escuridão. As palavras fluem, desvendando os mistérios da alma, revelando a beleza e a fragilidade do ser humano.
Alguns me chamam de introvertido, outros de boêmio. Mas eu sei que sou um buscador, um viajante em constante busca pela verdade, por um sentido para a vida. E, nesse caminho, encontro almas afins, que também buscam desvendar os enigmas da existência.
Cada encontro, uma oportunidade de aprendizado, cada despedida, um aprendizado. As pessoas que cruzam nosso caminho são como bússolas, guiando-nos em direção ao nosso destino. E, mesmo quando o caminho se separa, a marca da sua presença permanece, moldando-nos para sempre.
Somos todos fragmentos de um universo infinito, unidos por fios invisíveis de energia. E, em meio à imensidão do cosmos, a busca pela verdade se torna a nossa missão, a nossa razão de ser.
Reflexões de uma Alma em Flor
O rio da minha vida, outrora turbulento, deixou para trás um leito de pedras polidas pelo tempo. Cada uma, uma ferida, um ancoradouro da criança que fui, um eco de dores que ressoavam na caverna do meu ser. Mas a correnteza, inexorável, me levou a uma margem onde o sol da maturidade banha minha alma. Ali, da segurança do presente, contemplo não apenas as cicatrizes, mas também a grandeza que sempre habitou em mim, um jardim secreto florescendo apesar das sombras.
A solidariedade, uma fonte que jorra do meu coração, e a empatia, uma linguagem universal que me permite compreender a alma alheia. A liderança, uma tocha que ilumina o caminho para um futuro melhor. A chama revolucionária, um fogo sagrado que defende a justiça e a verdade. A capacidade de adaptação, um camaleão que se funde com o ambiente, transformando-se sem perder sua essência. A busca pelo sentido, um peregrino constante em busca da verdade última. O valor da família, um farol que guia meu rumo na noite.
A determinação, um carvalho que resiste às tempestades. A ação, um rio que esculpe a paisagem do meu destino. Metas alcançadas, estrelas que brilham no firmamento das minhas conquistas. A força para renunciar ao que amo, um sacrifício necessário para preservar minha integridade. A coragem, um leão rugindo diante do medo. A resiliência, uma fênix que renasce das cinzas. A força interior, um vulcão que alimenta meu espírito. A persistência, uma montanha que se eleva em direção ao céu. A capacidade de encontrar sentido no absurdo, um alquimista que transforma o chumbo em ouro. A perspicácia, um espelho que reflete a verdade nos olhos dos outros. A mente filosófica, um labirinto de pensamentos que buscam a compreensão do universo. O amor pela natureza, um abraço à vida mesma. A fé, uma luz que ilumina meu caminho.
Sou mais que a soma das minhas feridas. Sou um universo vasto e complexo, onde a luz das minhas virtudes eclipsa a escuridão das minhas dores. Não são minhas feridas, mas sim essas qualidades, esse jardim exuberante, que me definem, que me impulsionam, que me fazem ser.
O Fim de um Ciclo
Existe uma sabedoria inata, um sussurro no sangue, que intui o fim de um ciclo. O corpo sabe, a energia sente, uma ressonância sutil que precede a consciência. No entanto, a mente, agarrada à nostalgia, resiste. Esses momentos belos, gravados na memória, se transformam em mirages, em ilusões de um passado que já não existe. Cada tentativa de revivê-los, de recapturar a essência, não faz senão erodir a própria memória, tingindo a lembrança de frustração e fracasso.
É uma paradoxal cruel: o anseio de preservar a beleza acaba por destruí-la. Na insistência, no apego, se apaga o sabor original, se esvai a essência da lembrança, deixando um gosto amargo, um vazio onde antes florescia a alegria. O cansaço chega como um ocaso inevitável, a resignação como uma aceitação forçada. O ponto de não retorno se cruza, e com ele, a perda: a perda do que foi, do que poderia ter sido, da possibilidade de uma lembrança intacta.
A dignidade reside, então, na capacidade de se retirar a tempo, de reconhecer a finitude inerente a toda experiência. Nem tudo está destinado a durar, e a insistência no efêmero só conduz ao desgaste. A entrega plena, por outro lado, é um ato de bravura, de integridade. Mesmo diante da entrega incompleta do outro, a entrega total de si mesmo é um ato transformador, uma catarse que nos liberta para novas experiências.
Essa entrega, esse ato de soltar, é o caminho para a expansão da consciência. É na aceitação do fim, na compreensão da impermanência, que encontramos a verdadeira liberdade. É no vazio deixado pelo que se perdeu que surge o espaço para o novo, para um futuro ainda por escrever, um futuro cheio de possibilidades que nos levarão a níveis de consciência superiores.
Um Preto Azulado
O preto, uma tela profunda que resiste à simplicidade. Não é a ausência de cor, mas a promessa de uma infinitude contida. Um preto que se atreve a vislumbrar o azul esverdeado, um sussurro de outras possibilidades, uma insinuação da complexidade que reside em seu interior. Assim é o meu ser, um universo de "eus" que, em sua dança caótica, se resolvem em uma unidade inesperada.
Cada fragmento, cada sombra, cada turbulência, encontra seu lugar neste cosmo pessoal. Não se trata de uma negação das partes, mas de uma integração, uma aceitação da totalidade. É como se o próprio universo, em sua imensidão, se condensasse em meu ser, um microcosmo de infinitas possibilidades, um preto azulado que irradia força, não pela supressão do diverso, mas pela celebração de sua harmonia.
Este processo de unificação é um ato de criação contínua, uma obra-prima em progresso. A responsabilidade pelo impacto positivo, a identificação com as versões mais harmônicas, a aceitação do que me é oferecido: são pinceladas que constroem esta tela preta, matizada por destellos de azul esverdeado, de um sem-fim de cores latentes. Mesmo os "eus" mais turbulentos, aquelas sombras que resistem à luz, fazem parte integral da obra, aportando profundidade e contraste.
Não sou nenhum desses "eus", mas a síntese, a totalidade. É a compreensão dessa verdade que me enche de uma segurança e um amor próprio inigualáveis. É uma paz profunda, um saber-se completo, um sentir-se lar para cada um dos fragmentos que me constituem. E nessa experiência, nessa profunda aceitação, reside a felicidade mais autêntica.
A Chave está no Desconforto
Se você não sabe quem você é, nunca saberá o que está procurando. Basta silenciar e parar para ver tudo aquilo que o atormenta, que te dá medo. Nos lugares onde você se sente desconfortável, aí está a chave, aí é onde você precisa cavar. Busque seu desconforto, porque ele está tentando te mostrar aquilo de que você está fugindo.
Não veja o sintoma como o problema. Os ciúmes, a má comunicação, a mentira, a traição… são apenas sintomas. O problema de raiz está mais profundo, e eu sei que não é fácil vê-lo ao fechar os olhos se você nunca fez isso antes, mas você precisa tentar uma e outra vez. Você precisa silenciar, suportar o desconforto, procurar e procurar, pedir para que lhe seja revelado. É incrível como nossa mente destampa o reprimido quando começamos a procurar com a consciência de querer ver, de ser livres.
Você realmente quer ver? Você realmente quer mudar sua vida? Você quer mudar seus comportamentos destrutivos? Então você precisa parar de fugir, precisa parar e lembrar que você é luz e que é normal que a luz tenha sombra, mas para reconhecer sua luz, primeiro você precisa ver a escuridão.
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